Sopra um frio gelado lá fora. Da janela vê-se o patio. A composição das folhas que balançam ao sabor do vento deixa antever o cobertor sobre o corpo quando a noite se decidir a chegar. Dentro do quarto uma vela dá cor ao ambiente, queimando lentamente
enquanto os minutos não se esgotam. A chávena do café insiste me manter-se cheia e quente. Ao som das melodias de sempre, aquelas que aconchegam o coração, os desejos de partilha permanecem intensos, mas ocos. Viaja-se então por entre as dimensões que nos favorecem a sentir de novo o que se deseja no agora e soltam-se suspiros de algum conformismo e muita contemplação. O olhar passeia-se no vazio, vendo apenas o real interno e deixando todo o mundo físico num qualquer plano nulo de existência. O céu varia entre uma variedade de tons cinzentos enquanto gaivotas se aventuram a dançar pelos ares frios e ventosos.
Lá em baixo, ao pé do mar, vi um raio de sol reflectido nas águas.
1 comment:
tenho saudades do mar
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