Penso que talvez ande sobrecarregada de sentires que não parecem pertencer-me. Na bizarra mescla que de mim se apodera a um ritmo diário não sei encontrar-me e, quando encontro algo, esse algo não sou eu mas um destemível super-ego.
O que devo ou não sentir é o que não mais sei controlar, transportando-me a tempos remotos, a seres imaginários, a vozes que não têm realidade em si mesmas. Por vezes dou por mim a questionar se vivo na realidade certa...
Continuo a pensar que ainda aqui estou mas o sentimento de não-pertença no mundo parece acentuar-se à medida que aqueles que não lhe pertencem me empurram contra a corrente.
Ouvindo de volta quem me ouve, ouço palavras proibidas que são proferidas à pessoa que, um dia, fui. O sentido que delas tiro é, maior parte das vezes, confuso e sem sentido pois se um dia entendi o significado profundo das palavras, hoje não as sei integrar em mim.
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